Sábado, 8 de Agosto de 2009

É BOM LEMBRAR O PASSADO

 

 

AS MINHAS CONTAS.
 
Tudo não passa de contas,
 Que vou fazendo acordado,
Com as minhas ideias tontas,
Imaginando-te a meu lado.
 
Minha musa meu amor,
Minha deusa adormecida,
És a primavera em flor,
És a razão da minha vida.
 
Fecho os olhos para pensar,
E não consigo pensar nada,
Senão que te estou a abraçar,
Minha princesa encantada.
 
 Tu nunca saberás,
Quanto eu sofro por ti,
Porque assim não te rirás,
Ao saberes o que eu sofri.
 
Tu tens Dr. E não,
Tu és rica e eu sou pobre,
Mas eu dou á luz e tu não,
Por isso eu sou mais nobre.
 
Tu deste á luz no teu tempo,
Mas já estás ultrapassada,
Não passas de um instrumento,
Com a pilha descarregada.
 
A beleza que eu vejo em ti,
É a razão do meu viver,
Por isso te quero assim,
Mas sem te dar a saber.
 
 A raiva de te não ter,
É que me faz pensar assim,
E porque sei que se eu morrer,
Tu vais ter pena de mim.
 
Se tu á minha frente fores,
Desculpa minha querida,
Mas não te vou dar as flores,
Que me recusaste em vida.
 
Farei tudo para te ter,
Desde que sejas sincera,
Mas se tu queres saber,
Estou farto de estar á espera.
 
Eu tenho vinte e dois anos,
E tu já estás a dobrar,
E vais ter grandes desenganos,
Quando o teu filho casar.
 
 Com todos os teus defeitos,
Eu continuo-o enfeitiçado,
E tu a tirares proveitos,
Do meu amor obstinado,
 
Quando um dia te fugir,
O terreno sob os teus pés,
Talvez me venhas pedir,
Se te quero como tu és,
 
Só que talvez já seja tarde,
E eu já tenha acordado,
E o fogo que hoje arde,
Pode já estar apagado.
 
Julho/1958
Eduardo Gonçalves
 
 

publicado por Fisga às 07:00
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64 comentários:
De Fisga a 12 de Agosto de 2009 às 10:32
Olá amiga Luísa. Já vi que a história te parece rocambolesca. E é. Eu fui internado de urgência, no hospital do desterro em Lisboa, com uma apendicite aguda, Fui atendido pela Dra. Madalena, que me diagnosticou uma infecção intestinal, e mandou-me internar, Fui internado e comecei a ser tratado como tendo uma infecção intestinal. Ao segundo dia de internamento entrei em delírio com a febre. Fui de novo observado e examinado. Aí sim foi-me diagnosticado uma apendicite aguda, em estado de já inicio de envenenamento do aparelho digestivo. Fui levado de urgência para o bloco operatório, sem qualquer preparação, e fui operado de urgência. Estive no S. O. Três dias sem qualquer tipo de visitas. E ao fim de três dias, regressei, à minha cama na enfermaria. Já em meu juízo perfeito. Logo pouco tempo depois fui visitado pela Dra. Madalena. Que se sentou sobre a minha cama e lavada em lágrimas me disse: Ai! Meu querido, que eu fui a causadora da tua quase morte. E disse-me, que nunca se perdoaria se eu tivesse morrido. E ficou três noites junto da minha cama, independentemente de estar ou não de serviço. Quando eu já estava quase bom, ali me contou tudo o que se passou. E disse-me quando tiveres alta, quero que vás jantar um dia a minha casa comigo e com a minha família. E assim aconteceu. Concluí que a família dela era um filho com 20 anos de idade, a mesma idade que eu. SE eu quando saí do hospital, já ia apaixonado por ela que me tinha dado mais mimos e feito mais carinhos naqueles 2 meses, quando tomei conhecimento da situação dela, de divorciada, e com um filho a seu cargo, aí fiquei caidinho, de todo, Eu que nunca tinha saboreado o gosto dos carinhos maternais e amizade de alguém que se quer muito, Entendi tudo mal e declarei-me a ela. Ela sempre com um grande carinho e ternura, tentou explicar-me, que nunca mais iria ter ninguém na vida dela, era essa a sua decisão no dia do divórcio e que o seu amor seria só e apenas para o seu filho. Mas eu nunca fui capaz de entender isso e nem quis aceitar. E andei 3 anos sobre ela para tentar convence-la até o próprio filho lhe disse: Mãe porque não tentas e se não der volta tudo ao mesmo? E a mãe disse para o filho: A minha vida não permite que eu seja de meias tintas, e eu decidi que seria assim. E foi quando eu me desliguei dela, e praticamente nunca mais nos vimos. Mas o filho quando ela faleceu, mandou um primo procurar-me e dizer-me que a mãe dele tinha falecido. E eu fui ao funeral, e ao contrário do que tinha prometido levei-lhe um ramo de flores vermelhas. E na hora de ela descer a terra eu não me contive e chorei, e o filho veio com a restante família que eu não soube quem eram e abraçou-me e deu-me força. Ela estaria com 73 – 9 = a 64 + 40= Ela teria 104 anos. Eu tenho estado a enganar as pessoas. Porque tenho falado em 90 e tal anos e não era eram 104 anos Espero que as pessoas a quem eu já enganei, me desculpem porque não foi com qualquer maldade que o fiz. Olha amiga desculpa o relatório, mas espero ter satisfeito a tua curiosidade. Um beijinho. Eduardo.


De M.Luísa Adães a 13 de Agosto de 2009 às 20:26
Eduardo

A história não é rocambolesca, mas sim romântica!

Acredito no amor dela por ti, mas a razão ultrapassou
o sentir e relacionou-se, com a grande diferença de idade.
Creio que ela sofreu muito!
Encontrar o verdadeiro amor numa pessoa com a idade do filho... Que coisa tão estranha, dá para pensar!
Se me fosse possível, escrevia esse romance, à
minha maneira, mas tinha de ser muito bom!

Obrigada por contares mais esse pormenor ,de uma vida repleta de coisas incomuns.
Vou pensar!

Beijos da, Maria Luísa


De Fisga a 13 de Agosto de 2009 às 20:38
Olá amiga Luísa. Obrigado por teres vindo, mais uma x. Olha, Eu nunca tinha pensado que o facto de eu ser da idade do filho, poderia ter tido influência. Mas se calhar até teve. Olha já agora ainda te dou mais uma achega, Eu emprego o termo Divórcio, e de facto, e segundo ela o divórcio existiu mesmo. Mas foi na Dinamarca. Foram divorciar-se na Dinamarca. Quanto a escreveres, minha amiga, estás à vontade para o fazeres, e se eu te poder ajudar em algo será com todo o prazer que o farei. Pese embora o facto de eu pensar que gora já te contei tudo, sem falhar nada. Mas nunca se sabe. Já lá vão muitos anos. Beijinho Eduardo.


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