DILEMA
EU TIVE UMA NAMORADA,
Que adorava de verdade,
E de quem muito gostava,
Sem uma ponta de vaidade.
A QUEM JUREI SERTO DIA,
Toda a minha lealdade,
Ama-la era o que eu queria,
E poder beija-la à vontade.
QUE NÃO LHE PEDIA MAIS NADA,
Foi o que eu lhe prometi,
Era a mulher mais prendada,
Que eu na vida alguma vez vi.
SE ELA ME DESSEO QUE EU QUERIA,
Eu seria o homem mais feliz,
Desde a noite até ao dia.
Ama-la foi que eu sempre quis,
MAS O AMOR É TRAIÇOEIRO,
E ela assim se aproveitou
E não fui eu o primeiro,
Que ela assim enganou.
E NÃO PERDOA A NINGUEM,
Que não consiga enganar,
Ela até se gaba que tem,
Namorados até chatear.
NÃO HÁ NEM SÓ O PRIMEIRO,
Que se gabe de a enganar,
Parece que lhe dá o cheiro,
De quem a quer ludibriar.
QUE DO QUE POSSUI DIGA BEM.
Não se gaba sem ter prova,
Não se gaba para ninguém,
Mas segundo namoro não aprova.
Eduardo Gonçalves. 1963 Maio.
O SONHO DOURADO
Tantas noites sonhei contigo,
O mesmo sonho embriagante,
E nesses sonhos, fui teu companheiro,
Teu amigo e fui teu amante.
Fui por ti abraçado, e enleado,
Foi um sonho de verdade,
Porque foi bem conseguido,
Foi vivido e muito sentido,
Mais do que se fosse realidade.
Fui por ti enleado,
Os corpos quais laços apertados,
Com tanta ternura e amor,
E tanta sensualidade,
Que se fosse uma realidade,
Não teria mais esplendor.
Ó! Meu deus como foi bom,
Ter-te amado assim a sonhar,
Porque só em sonho eu tive o dom,
De tanto e assim te poder amar.
E como fomos felizes por instantes,
Como foi bela essa fantasia,
Como só em sonho aconteceu um dia,
Nós poder-mos ser amantes.
Mas foi bom eu ter sonhado,
Ter-te tido e ter-te amado,
Por tanto em ti ter pensado,
Sempre que te via da janela,
Ou da rua mas sempre distante,
E nunca ao meu lado,
Porque a distância a isso impunha,
Mas Deus é testemunha,
Que eu sempre te quis amar,
Sempre te quis conhecer,
E sempre te quis beijar.
Tantas coisas que eu inventava,
Para ver se mais perto de ti conseguia ficar,
Mas tudo em vão,
E o meu pobre coração sempre a palpitar.
A! Como eu me irritava,
Quando de ti se falava,
E eu sem poder beijar-te, E abraçar-te,
Conhecer as tuas entranhas,
Penetrar nos teus mares,
E conhecer-te de corpo inteiro,
saciar a minha curiosidade nos teus montes,
e ter a ilusão de ser o alvo, E ser para ti o primeiro.
Impossível, tudo me era vedado,
E por isso foi muito bom, eu ter-te amado,
Só em sonho eu pude ter-te,
E contemplar-te, ter a ilusão de te amar,
E de ser por ti amado.
Fiquei de tal modo emocionado,
E conhecedor do teu encanto,
Porque te vi toda nua, e senti o teu calor,
Se eu não tivesse sonhado, nunca te teria amado,
E como é bom amar-te nua.
Não fiques a pensar, que perdi por ti a admiração,
Tu para mim terás sempre a mesma magia,
Por ti eu tenho cada vez mais carinho,
Tu para mim serás sempre a rainha,
Com toda a imponência e ternura,
Sentirei sempre a tua presença,
Até mesmo na noite escura,
Porque tu és a detentora de todo o segredo,
na noite és por todos respeitada,
Ninguém ousa perguntar-te nada,
Porque tu não és traidora, Só queres contemplar,
não conheces em nada o mal,
Amas e fazes-te amar, e continuas sempre igual,
Manténs sempre a mesma indiferença,
ante a tua observação distante,
És mãe, amiga e amante.
Calas o segredo do ladrão,
do assassino e do amante.
Manténs sempre a ternura,
mesmo para quem te censura,
estás sempre vigilante.
Controlas a natureza,
Sem nada pedires em troca.
Grande é a tua nobreza,
Não usas manto real,
mas tudo te obedece,
nada nasce e nada cresce,
sem a ajuda de sua alteza: (A LUA)
Autor Eduardo Gonçalves. (fisga)