Sexta-feira, 15 de Agosto de 2008

PARTIDAS DO DESTINO XIX

A AVNTURA

Eu tenho um grande fraquinho pela poesia. E lembro-me que há talvez uns 55 anos, eu encontrava-me no Porto, e na Ribeira dentro do mercado municipal, onde andavam dois sujeitos de meia idade a cantar uns poemas que eles próprios faziam e imprimiam num papel muito fatela, e que depois iam para a rua cantar esses poemas e vendiam pelas ruas, praças e mercados. Custava 2 tostões cada exemplares, eu que andava a contar todos os tostões e todos eram poucos, lá escolhi de entre o stock que eles tinham, um dos que mais me agradou, e que ainda conservo. Resolvi publica-lo, também isto é um retalho de uma cultura em vias de extinção ou já extinta. Tal como alguns pregões de Lisboa, que eram muito engraçados, tais como: É o diário, Século. Ou então, Ó meninas querem amêijoa? Agora o mesmo pregão entendido pelo ouvido malicioso. É o diabo, cerca-o. Ó menina se quer eu mexo-a. Então foi este o drama do nosso personagem. Versejado em jeito de cestilhas creio. 

 


Um dia o José da Aurora,

Disse à mulher vou-me embora,

Para a cidade trabalhar,

Eu não sei quando regresso,

Mas se eu fizer sucesso,

Terei muito que contar.

 

Quando à pensão chegou,

 Pela empregada chamou,

Se o podia servir,

Quero comer e beber,

E também se poder ser,

Um quarto para dormir.

 

À noite para se deitar,

A empregada o foi levar,

Ao quarto vinte e Sete,

E no vinte e seis ao lado,

Onde estava um noivado,

Disse-lhe que era a retrete.

 

O José da Aurora coitado,

De noite viu-se apertado,

E ao vinte e seis foi bater,

Quem lá está dentro senhor,

Abra a porta fás favor,

Que eu também quero fazer.

 

Foi alguém para se rir,

Que o mandou aqui vir,

O noivo lhe respondeu,

Você está enganado,

Vá fazer a outro lado,

Que aqui dentro faço eu.

 

Já me vão doendo as tripas,

Abra que são duas sanitas,

Quem disse foi a empregada,

O noivo sem mais conversa,

Abriu a porta depressa,

E pregou-lhe uma trancada.

 

Quando a casa regressou,

O José à mulher contou,

Todas as atrocidades,

Quis ir fazer na privada,

E levei uma trancada,

Por dizer umas verdades

 


publicado por Fisga às 09:00
link do post | comentar | ver comentários (14) | favorito

.quem sou eu


. ver perfil

. seguir perfil

. 40 seguidores

.pesquisar

 

.Agosto 2014

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2

3
4
5
6
7
8
9

10
11
12
13
14
15
16

17
18
19
20
21
22
23

24
25
26
27
28
29
30

31


.Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

.arquivos

. Agosto 2014

. Junho 2014

. Maio 2014

. Janeiro 2014

. Dezembro 2013

. Outubro 2013

. Julho 2013

. Março 2013

. Janeiro 2013

. Dezembro 2012

. Setembro 2012

. Junho 2012

. Abril 2012

. Março 2012

. Fevereiro 2012

. Janeiro 2012

. Outubro 2010

. Julho 2010

. Abril 2010

. Fevereiro 2010

. Janeiro 2010

. Dezembro 2009

. Novembro 2009

. Outubro 2009

. Setembro 2009

. Agosto 2009

. Julho 2009

. Junho 2009

. Maio 2009

. Abril 2009

. Março 2009

. Fevereiro 2009

. Janeiro 2009

. Dezembro 2008

. Novembro 2008

. Outubro 2008

. Setembro 2008

. Agosto 2008

. Julho 2008

. Junho 2008

. Maio 2008

. Abril 2008

. Março 2008

. Fevereiro 2008

. Janeiro 2008

. Dezembro 2007

. Novembro 2007

. Outubro 2007

. Setembro 2007

.tags

. todas as tags

.favoritos

. UMA FOTOGRAFIA DE ALICE B...

. QUE SEJA, ENTÃO, PARA SEM...

. OBRIGADA, TAMBÉM POR ISTO...

. ALGUNS BRITOS E SOUSAS

. GRANDE MERGULHO

. No mistério do sem fim

. Viver como as flores

. Dia dos namorados

. Queria ser a força...

. Letras de canções -Lança ...

.links

SAPO Blogs

.subscrever feeds