A PRIMEIRA VIAGEM
Não passava pela cabeça ao miúdo os perigos a que se estava a expor, os seus oito anos de idade não lhe permitiam ter consciência disso. Eram mais ou menos quatro horas da manhã de um dia que iria despontar por volta das sete horas, mas fazia um luar bastante claro, quando o rapazinho se meteu à estrada com dois bois de três anos de idade atrás dele, para percorrer doze quilómetros de estrada de quinta categoria, por um deserto no mínimo assustador, às oito horas da manhã tinha que estar na feira com os bois. Tinha andado já mais de duas léguas (10 quilómetros), quando ouviu um trepidar estranho mas depressa se deu conta que se tratava do trotear de um cavalo, o cavaleiro ao aproximar-se de dele viu que se tratava de um miúdo e não hesitou em pregar-lhe um grande susto. Então resolveu acelerar o andamento do cavalo, mas ao passar pelo miúdo, azar dos azares, assustou os bois que o levaram de rastos pelo chão mais de vinte ou trinta metros. Deixando-o num estado lastimoso. Quando chegou à feira pergunta do patrão: Então rapaz o que é que te aconteceu? E o miúdo com medo de ser albo de escárnio, disse: Fui eu que adormeci a andar e cai Embora pouco convencido o patrão, desvalorizou o caso dizendo: É a cair é que se aprende, andar de pé. Engraçada foi a forma que o miúdo encontrou de ocultar aquilo que lhe parecia ser uma desonra. Era assim que pensava um miúdo de oito anos, filho de um pai que alem de viúvo era pouco presente.
De
Emanuela a 3 de Dezembro de 2007 às 22:07
A vida pode ser muito difícil para algumas pessoas, desde a infância. Com ela pode-se aprender muito: para o bem ou para o mal.
Beijos!
De
Fisga a 4 de Dezembro de 2007 às 14:32
É verdade minha amiga: há um ditado que diz: De pequenino é que se torce o pepino, só que aqui não se trata de torcer, trata-se de atirar para o mundo alguém que ainda é muito frágil para ficar entregue a si próprio, o que vem a dar nisso mesmo começou a ter vida dura logo na infância. Bom dia um beijo.
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