Quarta-feira, 5 de Dezembro de 2007

DILEMA

DESILUSÃO OU DESESPERO

Pensei que sabia algo da vida, quando me meti à

Estrada, esperei-te com dor sentida, e tu não me ajudaste nada. Porque me abandonaste? Achaste que eu não merecia? E os meus ensinamentos não valeram nada? Então para que é que tu existes? Ou será que não: Essa eu não posso querer. Chamem-te o que chamarem eu chamarte-ei Como aprendi, é certo que já não acredito em ti. Mas, e se tu não és o que eu pensava, então o que vens a ser? Para mim tu não tens sido nada. Mas a minha mãe me disse Sempre antes de morrer e em segredo; meu filho não tenha medo, faz sempre o que tens que fazer, a nossa protecção não falta, às vezes, tarda, outras não tarda nada. Porque o nosso anjo da guarda está sempre ao nosso lado, mal nós caímos na estrada (da vida). Assim sendo, não me abandones nem só por mais um instante, eu já pouco mais sou que um ser que mal se arrasta. E protege-me que eu já mal confio nesta vida que me é madrasta, e aponta-me ao menos o caminho, se achares que isso me basta. Ou então nunca mais me chames de filho, porque eu já não te quero como meu pai, que dizes ser. E vou procurar o caminho para ir juntar-me à minha mãe, que tu dizes ter-me abandonado.

 


publicado por Fisga às 11:58
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4 comentários:
De V.A.D. a 5 de Dezembro de 2007 às 14:18
Os meus parabéns! O texto está extraordinário e deixa transparecer, de uma forma veemente, a mágoa que resulta do abandono.
Gostei imenso!
Desejo-lhe um dia muito agradável.

Um abraço.


De Fisga a 5 de Dezembro de 2007 às 17:20
Creia que fiquei muito surpreendido e ao mesmo tempo muito feliz, porque não esperava que apreciasse este texto. Obrigado pelo incentivo vou-me esforçar por outros parecidos. Um bom resto de dia e uma boa noite um abraço o fisga.


De Emanuela a 6 de Dezembro de 2007 às 01:10
Amigo, quantas vezes ao longo da vida senti a dor que tão bem transmites neste texto... Nestas horas, nem sei dizer-te o que nos leva para a frente.
Em muitos destes momentos, tive a nítida impressão de que alguém me pegava no colo e acarinhava, mas só até a dor passar. Então me colocava no chão novamente e dizia: Vai á luta!
Beijos!


De Fisga a 6 de Dezembro de 2007 às 13:27
Amiga Emanuela : acredita que foi com mágoa que que li o teu depoimento, porque só quem sente as dores sabe o quanto elas são duras de suportar, e essas eu ainda as sinto hoje. Mas já os antigos diziam. Leite derramado não vale a pena ser chorado. Um bom dia e um beijinho. Fisga.


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