Eu fifi
De manhã, Albertine se vestiu e desceu as escadas. Vieram de lá os sons de muita agitação, muitas vozes altas. Da janela vi Gaston, o chaufeur, dando alto polimento no grande automóvel renault. Depois disso, desapareceu, voltando pouco depois, envergando o seu melhor uniforme. Dirigiu o carro até à entrada da frente, e os criados encheram o compartimento da bagagem com muitos volumes. Acocorei-me mais; Monsieur le Duce Mme. Diplomatas embarcaram nos veículos foram levados por Gaston. O ruído lá em baixo, aumentou, mas desta vez era a comemorar algo. Abertine, subiu as escadas arquejando, o rosto vermelho, cheia de felicidade e de vinho. Eles foram-se embora figisinha! Vamos estar livres toda a semana, livres desta tirania, agora vamos nos divertir. Pegou-me ao colo e levou-me para o pavimento de baixo, onde decorria uma grande festança, de comemoração. Por uma semana, nós vamos todos ronronar juntos. A semana pareceu andar a contra relógio, e os nossos semblantes passaram a andar carregados, pois a Mme. Diplomata estava a chegar, ela era o problema número um naquela casa. O tempo foi passando e eu cada vez mais pesadona, agora os meus filhotes começavam a agitarem-se dentro de mim. Os meus movimentos começaram a ser cada vez mais difíceis.
EU FIFI
Olhei de novo para o tanque, e lembrei-me da minha pobre mãe que ali fora afogada, onde tantos outros foram também afogados como ela. Albertine olhou para mim, de repente, e disse:
- Ora minha Fifizinha acho que tu estás chorando, sim tu derramaste uma lágrima. E assim, o mundo é muito cruel para todos nós. !Albertine – Albertine? Porque não vai cumprir os seus deveres? Para que eu lhe pago? Eu sou tão caridosa que nem a vou despedir. Venha imediatamente, porque temos visitas. Você não deve e nem pode ser tão preguiçosa, Albertine. A vós deixou de se ouvir e Albertine suspirou de frustração. Ah! E a guerra me trouxe a este ponto. Agora, trabalho 16 horas por dia para ganhar uma bagatela. Descanse pequenina fifi, aqui está uma caixa de terra para as suas necessidades. Suspirando de novo, afagou-me de novo e saiu. Ouvi os degraus de madeira rangendo sob o seu peso e depois veio o silêncio. Olhei de novo para a rua e vi tudo cheio de gente. Mme. Diplomata fazia as habituais mesuras ás visitas. Ela estava tão subserviente, que eu percebi logo que se tratava de gente importante. De repente lembrei-me que não tinha cumprido o ensinamento fundamental que a minha mãe me ensinou, que era inspeccionar muito bem todos os cantinhos da casa para saber por onde fugir em caso de alarme. Depois de tudo muito bem inspeccionado, disse para a minha mãezinha: pronto mamã, as tuas recomendações, estão satisfeitas.
EU FIFI
A boa e santa Albertine, aconchegou-me no seu regaço, enquanto me dizia: minha pobre e bela fifizinha, Mme. Diplomata é mesmo uma mulher muito cruel e insensível, e arrivista social.
Para ela você é apenas um brinquedo, para ser exibido aos amigos da família. Para mim você é como uma criatura de Deus. Eu sei que você não está a compreender isto que eu lhe estou a dizer. Eu para lhe mostrar que estava a compreender, ronronei e lambi-lhe as mãos com carinho. Ela voltou a afagar-me e a dizer - OH! Tanto amor e afecto que você me dá. Você vai seguramente ser uma boa mamã. Enrodilhei-me mais confortavelmente no seu regaço, e espreitei pela janela. O panorama era tão belo que foi preciso por o focinho mesmo junto da vidraça, para poder ter uma visão mais perfeita. Albertine sorria para mim, afectuosamente, enquanto brincava com a minha cauda, mas o panorama atraía toda a minha atenção. E Albertine encostou a cara dela à minha cara e ficamos as duas a contemplar o panorama. Lá em baixo o gramado muito bem criado, fazia lembrar um tapete verde e liso, orlado com uma imponente aléia de choupos. Em curva suave para a esquerda, o cinzento liso do caminho, estendia-se até à estrada distante, da qual vinha um zumbido abafado do tráfego, que ia para a grande metrópole e que regressava de lá. Minha velha amiga, a macieira, apresentava-se sozinha e erecta, ao lado de um pequeno lago artificial, cuja superfície reflectia o opaco cinzento do céu.
EU FIFI
Pelo resto do dia e toda a noite, permaneci naquele galho; com fome, febre, doente e receosa, indagava de mim mesmo o motivo pelo qual os seres humanos eram tão selvagens, tão destituídos de sentimentos quanto aos animais que dependiam inteiramente deles. A noite estava fria e um chuvisco que me encharcou, tremendo de frio mesmo assim o pavor que se apoderou de mim, impedia que eu tentasse encontrar um lugar melhor. A manhã fria, foi dando lugar a um dia que embora cinzento e encoberto, foi ficando mais ameno. De vez enquando lá caia uma pancada de chuva. Mais tarde, naquela manhã, uma figura já minha conhecida, dirigia-se para a minha velha casa abrigo. Era a Albertine, Com os seus passos pesados e emitindo uns ruídos amistosos com a boca, dirigia-se para a arvore; Eu com um mio débil, respondi ao seu chamado; venha cá minha fifi, que eu tenho comida fresquinha para matar essa fome. Fui deslizando sobre o tronco da árvore até ao chão, e comecei a comer, e a Albertine enquanto eu comia, ia-me afagando no lombo com carinho. Terminada a refeição esfreguei-me nela com gratidão, sabendo que ela não falava a minha língua e eu não falava Francês, compreendia monos muito bem, eu saltei para o ombro dela e ela levou-me para casa, e foi pôr-me no seu quarto. Olhei ao redor, tomada de espanto e interesse, com toda a atenção. Era um lugar que eu não conhecia, mas vi com agrado, como os seus pertences, se prestavam para eu afiar as minhas unhas. Enquanto isto a Albertine foi para junto da janela e olhando a rua disse, soltando um ai de tristeza, é uma pena que no meio de tanta beleza exista tanta crueldade.
EU FIFI
Na tarde desse mesmo dia, fui apanhada e jogada com brutalidade dentro de um caixote. Quase sem que eu me desse conta da companhia que me esperava, um gato velho, feio, indecente e sem pedigee, saltou sobre as minhas costas. Minha mãe não tinha tido tempo de me informar sobre as coisas da vida, por isso eu não estava preparada para o que me aconteceu. O gato velho e surrado saltou sobre mim, e eu senti um golpe chocante. Por momentos achei que alguém me desferiu um pontapé. Houve um clarão cegante de dor, e senti que algo se rasgava. Gemi de agonia e terror, e lutei ferozmente com o velho gato; o sangue irrompia de uma de suas orelhas e seus gritos vieram juntar-se aos meus. Como um relâmpago, a tampa do caixote foi retirada e olhos sobressaltados nos fitaram. Saltei e, ao fugir, vi o gato velho, eriçado e furioso, pular directamente sobre Pierre, que caiu logo de costas, aos pés de Mme. Diplomata. Correndo por um gramado, busquei o abrigo de uma macieira amiga. Subindo pelo tronco acolhedor, cheguei a um galho já conhecido e muito amado, onde me estendi, arquejante. As folhas farfalhavam com a brisa e acariciavam-me com gentileza. Os ramos oscilavam, rangiam e, devagar, levaram-me até ao sono provocado pelo esgotamento.
EU FIFI
Arquejando e com os ossos das mãos estalando, ela baixou o seu corpo pesadão até junto de mim, e enfiou o seu dedo gigantesco dentro de uma tigela com leite quente, e me convenceu com muita gentileza a beber. Por vários dias, estive sobre a sombra do pesar, o terrível assassinato de minha mãe, apenas porque tinha uma belíssima vós. Por vários dias não tive direito ao belo calor do sol, nem senti o som daquela vós amada, que era a minha mãe. Passei fome e cede, contando só com as escapadelas da Albertine, que me ia levar o essencial para eu não morrer de fome, pois eu ainda era nova demais para sobreviver por minha conta. Os dias e semanas, foram-se passando, e a pouco e pouco, fui aprendendo a cuidar de mim, lavar-me e pentear-me, Mas a minha constituição física estava a ficar ameaçada. A propriedade era imensa, e muitas vezes eu andava por ali, afastando-me dos pés desastrados das pessoas que andavam a trabalhar na quinta. As árvores eram os meus lugares favoritos, subia a elas e procurava uns ramos onde me pudesse empoleirar ao sol. Certa manhã, acordei com anseios estranhos e indefinidos. Emiti um brado de indagação que, infelizmente foi ouvido por Mme. Diplomata. – Pierre! – Arranje um gato qualquer para ela
EU Fifi
Minha mãe tinha uma belíssima figura, com a mais negra de todas as caras e uma cauda que sabia erguer na vertical. Ganhara muitíssimos prémios. Um dia, quando eu ainda não tinha sido desmamada, ela entoou uma canção com uma vós bem mais alta do que o costume. Mme. Diplomata ficou furiosa e chamou o jardineiro. – Pierre – Gritou. – Leve-a imediatamente para o tanque, não posso suportar este barulho. Pierre, um Francês miúdo e de rosto pálido, que nos detestava, porque ás vezes o ajudava-mos no jardim, examinando as raízes das plantas para ver se estavam a crescer bem, apanhou minha bela mãe e a colocou dentro de um saco sujo e velho, afastando-se dali. Aquela noite, sozinha e com medo, chorei até dormir, em uma casinha fria, de onde Mme. Diplomata não seria perturbada pelos meus lamentos. Agitei-me incessantemente, com febre, em meu leito frio e mal cheiroso, feito de jornais muito velhos. As pontadas de fome sacudiam incessantemente o meu frágil corpinho, e eu não sabia como me arranjar. Aos primeiros alvores da madrugada, que ia surgindo com relutância pelas janelas cobertas com teias de aranha, tive sobressaltos de apreensão ao ouvir passos pesados na rua, junto da porta pararam os passos e de seguida a porta abriu-se e alguém entrou. “Ah!” – Pensei com alívio, é a Mme. Albertine, a arrumadeira lá de casa.
A FUTURA MÃE GRITAVA:
Eu quero um gato, um gato belo e forte! Ao que diziam as pessoas, ela fazia um barulho terrível. Era, entretanto, famosa pelo miado alto que emitia. Por sua exigência insistente, os melhores centros de criação de gatos em Paris foram vasculhados, procurando-se um gato siamês adequado, com indispensável pedigree. A vós da futura mãe tornava-se cada vez mais estridente e alta. As pessoas tornavam-se perturbadas, dedicando-se à procura com energias renovadas. Finalmente, encontraram um candidato bastante apresentável que foi oficialmente apresentado à futura mãe. Desse encontro, com o decorrer do tempo surgi eu, e apenas eu pude viver, pois os meus irmãos e irmãs foram afogados. Mamãe e eu vivíamos com uma antiga família Francesa que possuía uma propriedade espaçosa nos arrabaldes de Paris. O homem era um diplomata de alto posto, que viajava para a cidade quase todos os dias da semana. Muitas vezes não regressava à noite, mas permanecia na cidade, com sua amante. A mulher que morava connosco, Mme. Diplomata, era uma criatura muito insncivel e frívola. Nós, gatos, não éramos “pessoas” para ela (como somos para ele,) mas apenas coisas a serem exibidas nos chás, quando havia convidados.
CABO VERDE
Cabo verde. A terra prometida. Terra de sonhos e de ilusões, Terra abandonada por tudo e por todos, Até por Deus. Apenas resta a sua beleza paisagística, as suas gentes, com seus sonhos, com suas tradições e culturas, com suas alegrias e tristezas, E com as suas músicas e danças inconfundíveis.
E as suas praias azuis da cor do céu.
http://br.youtube.com/watch?v=L6qxCbNeBXY&feature=related
AMO.
Amo... a frescura da açucena,
Amo... a pureza de um lírio.
Amo... da vida a sua pena,
Amo... este suave martírio!...
Amo...as estrelas lá no céu,
Amo...um sorriso de criança.
Amo...a noite erguendo o véu,
Do amor, da fé e da esperança!
Amo... a fonte que murmura,
Amo... o rio e a nascente.
Amo... toda esta formosura,
Que em laços me prende!...
Amo... o trigo e o branco pão,
Amo... a bondade de quem ama.
Amo... da alma a prisão,
Amo... do Amor a pura chama!...
Amo... nos baús o branco linho,
Amo... a andorinha que esvoaça.
Amo... as pedras do caminho,
E amo os passos de quem passa!...
Amo... a nuvem de saudade,
Amo... o lindo, o belo e a cor.
Amo... do ar a felicidade,
Amo, tudo o que respira Amor!..
Amo... o perfume bendito,
Amo... a ternura de um olhar.
Amo... a perdida no infinito,
Sei que nasci só para Amar!...
Amo... o teu olhar e a tua voz,
Amo... tudo o que eu em ti vi.
Amo... esse eco dentro de nós,
Amo-te simplesmente a ti!...
Autor por mim desconhecido
Ilusão? Ou realidade?
Esta foto foi-me enviada por uma amiga, mas disse-me, e eu acredito piamente, que a medicina ia tentar separ graciosamente, estas duas crianças que nasceram assim como se vê, mas o hospital em questão, pedia a criação de um movimento de solidariedade, em que quantos mais e-mails fossem enviados melhor. para publicitar o hospital que ia fazer a operação. Eu confesso o meu pecado. Não tive coragem de fazer o que a amiga me pediu, por motivos que não vêm agora ao casop. Mas estou aqui para humildemente pedir desculpa à amiga Maria Chica Ilhéu, e espero que ela me desculpe, de outra forma não valia a pena eu expor-me, expor o meu erro e o nome da amiga. Se ela achar que a minha atitude não tem desculpa, eu aceito a minha pena. Mas não sem perguntar: Será realidade ou montagem? Se é montagem. Que lástima, haver quem se dê a tal propósito, se é realidade. Cumpre-me aqui perguntar: Onde estava Deus, ou onde tinha ele a cabeça, para deixar sem a sua protecção estes pais e estas crianças? Por uma ou outra razão, é lamentável, que quadros destes apareçam diante dos olhos de pessoas com sensibilidade suficiente para se curvar perante eles.
A UNIÃO
Conta uma lenda dos índios sioux que, certa vez, Touro Bravo e Nuvem Azul chegaram de mãos dadas à tenda do velho feiticeiro da tribo e pediram: - Nós nos amamos e vamos nos casar. Mas nos amamos tanto que queremos um conselho que nos garanta que ficaremos sempre juntos, que nos assegure estar um ao lado do outro até a morte. Há algo que possamos fazer? E o velho, emocionado ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse: - Há o que possa ser feito, ainda que sejam tarefas muito difíceis. Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte da aldeia apenas com uma rede, caçar o falcão mais vigoroso e trazê-lo aqui, com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. E tu, Touro Bravo, deves escalar a montanha do trono; lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias. Somente com uma rede deverás apanhá-la, trazendo-a para mim viva! Os jovens se abraçaram com ternura e logo partiram para cumprir a missão. No dia estabelecido, na frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves. O velho tirou-as dos sacos e constatou que eram verdadeiramente formosos exemplares dos animais que ele tinha pedido. - E agora, o que faremos? Os jovens perguntaram. - Peguem as aves e amarrem uma à outra pelos pés com essas fitas de couro. Quando estiverem amarradas, soltem-nas para que voem livres. Eles fizeram o que lhes foi ordenado e soltaram os pássaros. A águia e o falcão tentaram voar, mas conseguiram apenas saltar pelo terreno. Minutos depois, irritadas pela impossibilidade do voo, as aves arremessaram-se uma contra a outra, bicando-se até se machucar. Então o velho disse: - Jamais esqueçam do que estão vendo, esse é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão. Se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se, como também, cedo ou tarde, começarão a machucar um ao outro. Se quiserem que o amor entre vocês perdure, voem juntos, mas jamais amarrados.
A TODOS OS MEUS AMIGOS DA BLOGOSFERA
Enfim. Em casa, embora ainda muito
O HOMEM
O homem; Esse ser maravilhoso, Quando quer: Ama,
Ajuda, bajula, sorri; Mas se odeia: Machuca, fere, entristece;
Quero entendê-lo, Pouco compreendo, Às vezes acho-o...
meio esquisito; Porque o homem despreza, Até os que o amam,
E ama os que o desprezam... também! É porque percebemos,
O belo, e o feio; É porque somos deuses De um elo perdido?
De um futuro próximo? Um passado louco? Não explica o presente,
O que pensa e diz, Pouco justifica, assões, omissões...
Qual seu interesse, Quando é maravilhoso! Qual sua intenção?
Quando diz amar? O que quer em troca? Quando ajuda?
Por que se arrepende? Quando odeia e fere? Por que não se cala,
Quando quer falar? Por que fala pouco, Se tem que gritar?
Nessa hora, homem, Quase o compreendo, Até dá vontade, De te abraçar,
Quem sou eu portanto, Para te julgar? Pois também sou homem...
E o que somos, nós homens?
de Jorge Eleneu de Oliveira
MÃE
Tu que foste pura o bastante;
para negar o errado,
Tu que foste inteligente o bastante;
para perguntar o teu caminho,
Tu que foste clara o bastante;
para destacares-te na escuridão,
Tu que foste forte o bastante;
para aceitar a derrota,
Tu que foste sábia o bastante;
para distinguir o certo,
Tu que foste grande o bastante;
para gerar uma vida,
Tu que foste tu o bastante;
para distinguir quem era.
Para todas mulheres mas em especial,
as mães que deram alegria e
Felicidade aos seus filhos e familiares.
De Isabella
TIRADO DA NET.
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. QUE SEJA, ENTÃO, PARA SEM...
. OBRIGADA, TAMBÉM POR ISTO...
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