Segunda-feira, 24 de Agosto de 2009
O MEU QUATRILEMA
AS QUATRO ESTAÇÕES
Que não gosto de trabalhar
É o que dizem de mim,
Eu que passo a vido a lutar
Para vencer um fardo assim.
No Inverno tenho azar
Levanto-me já cheio de fome,
Como há-de poder trabalhar
Quem em toda a noite não come.
O povo é ignorante e é pena
Não sabe compreender,
Quão grande é o meu dilema
Ter fome e não ter que comer.
Depois vem a primavera
E as coisas já são diferentes,
Levanto-me e fico á espera
Que haja trabalho
Para os dentes.
Mas a crise já se instalou
E chamam-me desgraçado,
Dão-me trabalho e eu não vou
Pois não aceito nada dado.
Entretanto chega o verão
E eu não posso com o calor,
Chamam-me logo calão
E tudo fica pior.
Se as pessoas me ajudassem
A recuperar a minha imagem,
Talvez as coisas melhorassem
E eu ganhasse mais coragem.
Mas ninguém ajuda nada
Só sabem é acusar,
E com lata descarada
Que eu não quero é trabalhar.
Depois chega o Outono,
Aí já tudo melhora,
Faz-me proveito o que como
E fico mais forte hora a hora.
Mas as pessoas acusam-me
Para me desmoralizar,
E até comida me recusam
Dizem-me que vá trabalhar.
Mas eu não sou o culpado
A culpa é do sistema,
O homem não foi criado
Para viver este dilema.
Quando Adão e Eva viveram
Tudo era mais perfeito,
Até um jardim lhe ofereceram
Onde tudo já estava feito.
Á! Como era bom nessa altura
O homem era mais humano,
Havia de tudo com fartura
Em qualquer época do ano.
Autor. EDUARDO GONÇALVES
Quinta-feira, 20 de Agosto de 2009
HOMENAGEM
Http://osmeuspoemaseoutros.blogs.sapo.pt/
É uma mulher que sofre e cala enquanto pode. Mas que como tudo na vida tem limites.
A republicação deste poema é feita por mim, com a sua autorização. E porque ela merece esta pequena homenagem, pelo seu coração de oiro e mulher de garra, eu lhe pedi se podia publicar no meu blog. Este poema que é bem ilustrativo do que esta grande Sra. É capaz. Por isso o publico com grande prazer. Parabéns amiga Chica, porque tu és uma força viva da Natureza. Por isso o meu beijinho. Eduardo.
EU SOU POESIA!
Eu sou poesia
Eu sou mulher
Um misto de realidade
E de fantasia
Sou tudo o que eu quiser!
Eu sou poesia
E posso falar
Porque ao poeta
Ninguém pode calar!
Eu sou poesia
Que fala na guerra
Que sofre e fala
Na fome e na miséria!
Eu sou poesia
Que fala no amor,
Que ri e que chora
E que sente dor!
Eu sou poesia
Nas rimas que faço
Partilho com outros
Ternura e abraço!
Eu sou poesia
Nas telas que pinto
Porque na pintura
Retrato o que sinto!
Eu sou poesia
Escultura escrita
Melodia antiga
Em pauta bendita!
Eu sou poesia
Eu sou esperança
Eu sou música
Melodia e dança!
Eu sou poesia
Eu tudo o que digo
Apenas escrevo
O que nasce
Dentro de mim!
CHICA
Sexta-feira, 14 de Agosto de 2009
COM DESEJOS DE UM BOM DOMINGO DESTE AMIGO.
EDUARDO GONÇALVES.
Quinta-feira, 13 de Agosto de 2009
CASA DE LOUCOS
Era e não era: Estava e não estava, Ia e não ia. Ao chegar a casa, sentiu-se perdido, a porta e a chave tinham desaparecendo. Quis entrar pela janela, que nunca tinha existido, subiu á cave e ficou desalmado, também o telhado tinha fugido. Viu-se sem casa, sem pai e sem mãe, sem terra e sem prado, sem bois nem arado, não tinha ninguém. Sozinho no mundo, sem eira nem beira, com desgosto profundo, e sem haver maneira de se encontrar, largou-se a chorar e a gritar também, todo exaurido, chamando pela mãe, que nuca tinha nascido. A mãe respondeu, o que foi meu filho, ó mãe venha cá que grande sarilho, estou sozinho no mundo sem, sem casa e sem telhado, sem chave e sem porta, e também sem janela. Caí na esparrela, deixei-me enganar, e agora estou sozinho, e sem saber o caminho para te encontrar. Não venhas meu filho, deixa-te ficar, espera por mim que eu estou a chegar, tua avó já grita que não consegue aguentar, teu avô estava louco, deixou-se morrer. E a parteira gritou, vou enlouquecer ninguém me chamou quando foi para o fazer. Casa de loucos. Autor. Eduardo Gonçalves
Quarta-feira, 12 de Agosto de 2009
A VISINHA DO LADO
Anda cá ó Vergininha
Não despreze o seu vizinho,
Tenho pensado á dias
Que é triste viver sozinho.
Diga lá o vizinho o que tem
Com essa lábia descarada,
Presumo que quer alguém
Que lhe faça a marmelada.
Mas se é isso que quer
Daqui não vai levar nada,
Pois não se pode esquecer
Que eu sou uma Sra. Casada.
Mas que sermão tão estridente
De uma boca tão rosada,
O que dirá esta gente
Ao ouvir tal trovoada.
Foi a experiência que me fez
Despoletar este sermão,
Por saber o que quer um freguês
Que está na sua condição.
Estou a gostar destes momentos
Mesmo aqui no patamar
Faz-me lembrar os bons tempos
Que passei a namorar.
Se falasse-mos na minha casa
Na beira da minha cama,
Veria como se arrasta a asa
E também como se ama.
Não esperava tal resposta
Da boca de uma petiza
Julgava-te moça inocente
Mas já tens a escola precisa.
Estou a pensar e estou-me a rir
Deste encontro imprevisto,
Se eu o deixasse cá vir
Você ficava mal visto.
Se quer pode experimentar
E eu dou-lhe a palavra minha,
Que vou muito bem tratar
Dessa sua linda maninha.
Que arrepio me deu na espinha
E ao mesmo tempo um tremor,
E aqui a minha maninha
Já está cheia de calor.
Mas eu posso refresca-la
Com um banho de agua viva,
E também posso massaja-la
Com um creme de saliva.
Sobre o que está a querer
Não sei bem o que lhe diga,
Mas estou curiosa de saber
O gosto da sua saliva.
O gosto da minha saliva
É um doce de capilé
Que vai da testa á barriga
E da barriga até ao pé.
Não imagina o vizinho
Quanto eu tenho sofrido,
Quando de manhãzinha
Eu digo ao meu marido,
Para me dar um beijinho
Onde eu agora não digo.
Ai que eu vou desmaiar
Por ouvir tal impropério,
E eu que estava a pensar
Que tinha um vizinho a sério.
Eu não sou um marialva
Sou uma pessoa de bem,
E a vizinha não perca a calma
E ouça-me, veja bem.
Como sabe eu sou sozinho
E a vida passa a correr,
Se não aproveito o tempinho
De que me serve viver?
Há outras formas mais belas
De aproveitar o seu tempo,
Mais acções e menos balelas
Mais calor e menos vento.
Se não me convida a entrar
Está por mim convidada,
Para conversa de patamar
Já está muito prolongada.
1955- Eduardo Gonçalves
Sábado, 8 de Agosto de 2009
AS MINHAS CONTAS.
Tudo não passa de contas,
Que vou fazendo acordado,
Com as minhas ideias tontas,
Imaginando-te a meu lado.
Minha musa meu amor,
Minha deusa adormecida,
És a primavera em flor,
És a razão da minha vida.
Fecho os olhos para pensar,
E não consigo pensar nada,
Senão que te estou a abraçar,
Minha princesa encantada.
Tu nunca saberás,
Quanto eu sofro por ti,
Porque assim não te rirás,
Ao saberes o que eu sofri.
Tu tens Dr. E não,
Tu és rica e eu sou pobre,
Mas eu dou á luz e tu não,
Por isso eu sou mais nobre.
Tu deste á luz no teu tempo,
Mas já estás ultrapassada,
Não passas de um instrumento,
Com a pilha descarregada.
A beleza que eu vejo em ti,
É a razão do meu viver,
Por isso te quero assim,
Mas sem te dar a saber.
A raiva de te não ter,
É que me faz pensar assim,
E porque sei que se eu morrer,
Tu vais ter pena de mim.
Se tu á minha frente fores,
Desculpa minha querida,
Mas não te vou dar as flores,
Que me recusaste em vida.
Farei tudo para te ter,
Desde que sejas sincera,
Mas se tu queres saber,
Estou farto de estar á espera.
Eu tenho vinte e dois anos,
E tu já estás a dobrar,
E vais ter grandes desenganos,
Quando o teu filho casar.
Com todos os teus defeitos,
Eu continuo-o enfeitiçado,
E tu a tirares proveitos,
Do meu amor obstinado,
Quando um dia te fugir,
O terreno sob os teus pés,
Talvez me venhas pedir,
Se te quero como tu és,
Só que talvez já seja tarde,
E eu já tenha acordado,
E o fogo que hoje arde,
Pode já estar apagado.
Julho/1958
Eduardo Gonçalves
Desejo a todas as pessoas minhas amigas. Um muito bom fim de semana
Imagem tirada da net.
Terça-feira, 4 de Agosto de 2009
DILEMA
EU TIVE UMA NAMORADA,
Que adorava de verdade,
E de quem muito gostava,
Sem uma ponta de vaidade.
A QUEM JUREI SERTO DIA,
Toda a minha lealdade,
Ama-la era o que eu queria,
E poder beija-la à vontade.
QUE NÃO LHE PEDIA MAIS NADA,
Foi o que eu lhe prometi,
Era a mulher mais prendada,
Que eu na vida alguma vez vi.
SE ELA ME DESSEO QUE EU QUERIA,
Eu seria o homem mais feliz,
Desde a noite até ao dia.
Ama-la foi que eu sempre quis,
MAS O AMOR É TRAIÇOEIRO,
E ela assim se aproveitou
E não fui eu o primeiro,
Que ela assim enganou.
E NÃO PERDOA A NINGUEM,
Que não consiga enganar,
Ela até se gaba que tem,
Namorados até chatear.
NÃO HÁ NEM SÓ O PRIMEIRO,
Que se gabe de a enganar,
Parece que lhe dá o cheiro,
De quem a quer ludibriar.
QUE DO QUE POSSUI DIGA BEM.
Não se gaba sem ter prova,
Não se gaba para ninguém,
Mas segundo namoro não aprova.
Eduardo Gonçalves. 1963 Maio.
Sábado, 1 de Agosto de 2009
Em cima apresenta-se uma foto, da parte arável, e de horticultura do conhecido Palácio do Sobralinho.
Em baixo. A foto de um de dois exemplares, da Arvore Tão famosa e conhecida pelas suas altas qualidades medicinais, O chamado (Gingo – Bilôba) São duas das várias belezas desta terra.A primeira, a mais importante, e a segunda muito menos importante, mas com alguma importancia, pelo seu valor curativo e pela sua raridade em Portugal. Com este pequeno mas ilustrativo postal, venho desejar a todas as pessoas em especial as amigas, da blogosfera, Um muito bom fim de semana, sejam muito felizes e aproveitem tudo o que um fim de semana pode ter de bom. Beijos e abraços.