Era Sábado 16 de Fevereiro, o dia amanheceu tão escuro com um aspecto tão tenebroso que metia medo. Não estava frio mas parecia que ia cair uma tempestade daquelas que deixam muito más recordações. Eu estava um pouco engripado, por isso resolvi ficar por casa, de pijama como o gato à lareira em dia de frio, mas a seguir ao almoço não resisti à tentação de ir dar uma volta, para ver se me sentia menos velho. Surpresa das surpresas, as pernas recusavam-se a suportar o peso do corpo, a mesma sensação de quando em 1980 apanhei o Paludismo em Angola. Estou a pensar seriamente se isto será apenas uma gripalhada daquelas como eu não me lembro de ter apanhado alguma vez. Voltei para casa, vesti o pijama, e voltei a enfiar-me na cama, foi assim que passei um dia que estava destinado a ser passado embrenhado no bairro de Alfama, onde eu morei cerca de 10 anos da minha vida em Lisboa. Já me disseram que é um dos poucos bairros que ainda mantêm a traça de há 50 anos, e eu quero ver se de facto o que se diz é verdade, é que passar por Alfama não é a mesma coisa que morar lá 10 anos. Entretanto a gripalhada já passou e eu já fui revisitar o bairro de Alfama, Há de facto algumas pequenas modificações mas nada que seja significativo. Hoje 27 de Fevereiro vim a casa tratar dos peixinhos e ver a correspondência e aproveitei muito rapidamente para demonstrar Aos meus amigos que ainda estou por cá.
Gostei da frase onde dizes:..."dar uma volta, para ver se me sentia menos velho." E por um momento pude me rever ao lado do meu avô, que insistia em caminhar todos os dias com este pensamento. Ai, amigo, tu és um querido. Espero que logo possas retornar ao nosso convívio em definitivo. Um beijinho.