HÁ MUITO TEMPO II
Eu fingindo que não entendia nada daquilo que se comentava, coisas assim do género (Ó cunhada sabes que eu agora gasto munito). Eu disfarçava aquelas graçolas que me feriam fundo, e chegava a pensar se haveria uma forma de fazer desaparecer o meu tio e aí talvez as coisas se tornassem mais fáceis para mim. Mas como iria eu conseguir isso? Como e com a ajuda de quem? Sim porque eu tinha a noção que sozinho não era capaz de por o plano em marcha, e se depois mesmo assim eu não conseguisse o sim da parte da minha tia? Bom era uma confusão tremenda que não aclarava e nem escurecia. Quando me parecia que a abobada celestial desabava sobre a minha cabeça, lá vinha a minha tia dizer-me anda cá à tia que eu gosto muito de ti. Aí parecia que tudo se animava de novo, e lá começava eu a sonhar outra vez. Depois os meus pais e os meus tios que embora preocupados achavam muita graça a tudo aquilo, começavam a preparar-me o terreno para ver se eu ganhava coragem e dizia à minha tia o que tanto eu queria dizer-lhe, mas: E a coragem para o fazer? Como eu me fechava no meu casulo, lá vinha logo a piada (afinal eu agora já gasto menos) E andávamos nisto. E eu a morder-me todo porque percebia muito bem o que eles diziam embora o não demonstrasse.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. UMA FOTOGRAFIA DE ALICE B...
. QUE SEJA, ENTÃO, PARA SEM...
. OBRIGADA, TAMBÉM POR ISTO...
. Letras de canções -Lança ...