O REBENTO IV
As coisas foram correndo sem que houvesse alarme, porque o miúdo tinha vocação para a arte. Sabia muito bem coordenar as coisas para que a moça não fosse muito grande, e tinha uma área cada vez maior para só passar no mesmo sítio de 8 em 8 dias ou até mais. E ao fim de um mês de andar naquela vida resolveu mudar de zona por uns tempos, e assim foi vivendo, e aparentemente tudo corria sobre rodas. A vida em casa começou a melhorar e o pai até já tinha comprado um carrito velho que ainda andava bem. E Começaram a sair ao fim de semana para dar uma volta passear um pouco. Mas um dia, há sempre um dia. Num desses passeios domingueiros, uma estrada pior, um pouco de
velocidade a mais, e um pouco de azar a mais também, deu num despiste fatal, que terminou com a morte da mãe e o pai tetraplégico e uns maus-tratos muito significativos no miúdo, uma tragédia. Quando o miúdo teve alta do hospital e tomou conhecimento que a mãe tinha falecido e o pai que muito provavelmente ia ficar tetraplégico disse: Eu juro que eu não vou abandonar o meu pai da mesma forma que Deus nos abandonou aos três. O Meu pai há-de ter sempre dinheiro para comprar a comida e medicamentos, nem que para isso eu tenha que roubar. Até o pai voltar para casa foram os vizinhos que lhe deram comida e trataram da roupa e da casa, quando o pai teve alta ele disse ao pai: Pai, já jurei que quem vai ser o chefe desta casa sou eu e o pai não se preocupe que para nós comermos e para o resto da casa eu hei-de arranjar sempre. Ó filho mas como é que tu arranjas, tu precisas é de quem tome conta de ti e não tu tomares conta dos outros. Logo que eu possa voltar à venda dos jornais vai voltar a haver comida nesta casa.
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