O REBENTO XXXIX
No Domingo 30 / 05 / 1954 o destino de Karil Chessmann estava a menos de 24 horas do fim. Chessmann pegou nas suas coisas com as quais se entretinha e nos seus objectos pessoais, e mais uma vez, à semelhança de outras vezes, os começou a arrumar todos dentro de caixas próprias para o efeito, onde ficariam até que o tribunal após a sua morte desse ordem para serem entregues a quem de direito. Depois de tudo devidamente arrumado, ajoelhou-se mais uma vez no chão da cela fria e húmida, junto da cama e rezou, num recolhimento aterrador, quando terminou a sua oração, tinha na frente dos joelhos, uma poça de agua vertida dos olhos, que tinha caído sobre a chapa de aço. Levantou-se, dirigiu-se para o lavatório, lavou a cara e disse em meia vós, Pronto Whit, estás pronto para a tua viagem, a missão para a qual foste predestinado, chegou ao fim, não cumpriste a tua jura, o meu pai sofreu a fome e o abandono, mas foi deus que assim o quis. Também não gostava dele tal como nunca gostou de mim. Mas não tem importância, eu não o censuro por isso, não fui o único descriminado neste mundo. Amanhã é o fim por isso não vale a pena agora os ressentimentos. O Whit voltou a cara para o corredor, e sorriu como era seu costume sempre com aspecto de bem disposto.