O CASAMENTO
Era um casal muito feliz, apesar da pobreza em que viviam. Tinham construído o seu lar ainda não havia cinco anos, e do fruto do seu amor já tinham nascido três rebentos que eram um encanto. O grande sonho do casal, era poderem um dia unir-se pelo matrimónio, terem como é de tradição, uma linda festa com vestido de noiva e com boda e alguns convidados. Mas tinham dois embaraços no seu caminho. Nem ele o Fernando, nem ela a Beatriz, sabiam quem eram os pais e nem de onde eram. E também não tinham dinheiro para dispor afim de obterem estas informações, e sem elas, pensavam eles que era tempo perdido pensarem em casar. Um dia bateram-lhe à porta, Quando a Beatriz foi abrir ficou espantada, era o pároco da freguesia. Boa tarde senhor padre, deseja alguma coisa? Eu queria falar contigo e com o Fernando, ele está? Está sim senhor, mas entre. Boa tarde Fernando. Boa tarde senhor padre. Em que posso servi-lo? Bom, eu venho aqui porque me disseram que vós quereis casar, mas que há para aí uns impedimentos, é verdade? Pois nós não sabemos o nome dos nossos pais e nem o nome da nossa terra. Mas eu encarrego-me de tudo. Pois mas também não temos dinheiro, e nós queríamos uma festinha de boda também. Mas eu trato disso. E não temos que pagar? Não. Ai Sr. Padre que grande esmola. Digam-me os vossos nomes completos! Mas nós só sabemos que somos Fernando e Beatriz. E em que terra se conheceram? No Urgeiro. Pronto eu vou tratar de tudo, e quando estiver a jeito eu mando-os chamar para tratar do resto. Depois de o pároco dar as voltas que se impunha dar, mandou chamar o casal, mas apenas para lhe dizer que não podiam casar. Porquê Sr. Padre? Porque vós sois irmãos, filhos do mesmo pai e da mesma mãe. Eles completamente desapontados, entre olharam-se, assenaram com a cabeça um para o outro em sinal de sim, e viraram-se para o padre e disseram: o Sr. Padre é que sabe, Nós estamos juntos quase à cinco anos, já temos três filhos, se não podemos casar vamos continuar solteiros como até aqui. Mas meus filhos vocês são irmãos não podem viver como marido e mulher! Não faz mal vamos viver como amigos. Moral da história. Estes dois irmãos resolveram unir os seus destinos sem saberem que eram irmãos, no dia de folga da sua fada madrinha