EU Fifi
Minha mãe tinha uma belíssima figura, com a mais negra de todas as caras e uma cauda que sabia erguer na vertical. Ganhara muitíssimos prémios. Um dia, quando eu ainda não tinha sido desmamada, ela entoou uma canção com uma vós bem mais alta do que o costume. Mme. Diplomata ficou furiosa e chamou o jardineiro. – Pierre – Gritou. – Leve-a imediatamente para o tanque, não posso suportar este barulho. Pierre, um Francês miúdo e de rosto pálido, que nos detestava, porque ás vezes o ajudava-mos no jardim, examinando as raízes das plantas para ver se estavam a crescer bem, apanhou minha bela mãe e a colocou dentro de um saco sujo e velho, afastando-se dali. Aquela noite, sozinha e com medo, chorei até dormir, em uma casinha fria, de onde Mme. Diplomata não seria perturbada pelos meus lamentos. Agitei-me incessantemente, com febre, em meu leito frio e mal cheiroso, feito de jornais muito velhos. As pontadas de fome sacudiam incessantemente o meu frágil corpinho, e eu não sabia como me arranjar. Aos primeiros alvores da madrugada, que ia surgindo com relutância pelas janelas cobertas com teias de aranha, tive sobressaltos de apreensão ao ouvir passos pesados na rua, junto da porta pararam os passos e de seguida a porta abriu-se e alguém entrou. “Ah!” – Pensei com alívio, é a Mme. Albertine, a arrumadeira lá de casa.
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