A PORTA DO CONHECIMENTO II
(EPILOGO)
O pobre homem, mesmo sabendo que estava atraiçoado, não alterou a sua conduta para com a esposa. Na esperança de quando o filho nascesse, a mandar embora procurar o pai do menino. Tal não foi possível, porque a senhora morreu de parto, não na hora mas três meses depois. Ele resolveu criar o menino, que afinal não tinha culpa do acontecido. Como o rapaz não parava de querer ir ver o exterior o pai um dia decidiu leva-lo a uma feira, mas não sem pelo caminho ir dizendo ao filho: Tu vais encontrar lá na feira, umas ociosas diferentes de nós que parecem gente como nós, mas que não passam de autênticos demónios, Evita olhar para eles, pois são perigosos. Chegados à feira o rapazinho ficou apavorado, com tanta gente. E de repente aponta com o dedo para uma cigana linda Vestida de bailarina sobre um palanque, com o seu bailado, tentava chamar atenção do pagode, para melhor vender os produtos que o pai publicitava. Ó pai! O que aquilo que está sobre aquela bancada, que até parece gente? Filho é um demónio em figura de gente, não o olhes. Mais uns passos, e o rapazinho virando-se de novo para o pai alvitra: Pai! E se nós comprasse-mos aquele demónio que eu lhe falei para pormos lá em casa sobre a nossa mesa, que ficava lá tão bonito assim? Moral da história: Seja demónio ou não, eis a questão. Mas que enfeita a casa, lá isso enfeita.