EU Fifi
Quando me viu, eu notei que não me conheceu, estava habituado a ver-me de outra cor. Eu corri para a rede e eu dei um mio para ele, e aí sim ele conheceu-me, primeiro ficou espantado e depois alegre empinou-se à rede a miar como que dizia, eu quero-te cheirar. Eu abeirei-me da rede, encostei o meu nariz junto de um buraquinho da rede e cheiramo-nos afectuosamente. Foi um momento inexplicável. Aquele gato desde o primeiro minuto inspirou-me confiança, eu senti logo que queria ter a linda prol com ele. Eu via nele que ia ser muito meiguinho comigo como não podia-mos fazer mais nada, ele metia a patinha dele por um buraco da rede e acariciava o meu pelo e eu fazia o mesmo, e sentíamos como que uma grande felicidade. Estava-mos nós neste jogo de carícias quando oiço a Alda gritar: Fifi! Fifi! Não respondi, Fui-me afastando e caminhando em direcção a casa sem que ela me visse, e quando já estava perto de casa, é que comecei a miar alto como que a responder ao chamado dela. Quando ela me ouviu miar foi logo a correr em direcção a mim e disse: Fifisinha! Você não pode andar por ai assim de qualquer maneira, porque estraga o penteado e depois fica feia, para amanhã. Eu miei junto dela como que a pedir-lhe desculpa, e ela disse venha cá tem que ir comer algo porque já é hora de almoçar. E pegou-me ao colo. Eu ía ao colo dela e não me saía da ideia a cara de satisfação do meu gato ao verme parecia uma pomba branquinha, só era pena que aquela cor do meu pelo não era natural, mas mesmo assim eu gostava dela, afinal o branco era sinónimo de pureza.