DESILUSÃO OU DESESPERO
Pensei que sabia algo da vida, quando me meti à
Estrada, esperei-te com dor sentida, e tu não me ajudaste nada. Porque me abandonaste? Achaste que eu não merecia? E os meus ensinamentos não valeram nada? Então para que é que tu existes? Ou será que não: Essa eu não posso querer. Chamem-te o que chamarem eu chamarte-ei Como aprendi, é certo que já não acredito em ti. Mas, e se tu não és o que eu pensava, então o que vens a ser? Para mim tu não tens sido nada. Mas a minha mãe me disse Sempre antes de morrer e em segredo; meu filho não tenha medo, faz sempre o que tens que fazer, a nossa protecção não falta, às vezes, tarda, outras não tarda nada. Porque o nosso anjo da guarda está sempre ao nosso lado, mal nós caímos na estrada (da vida). Assim sendo, não me abandones nem só por mais um instante, eu já pouco mais sou que um ser que mal se arrasta. E protege-me que eu já mal confio nesta vida que me é madrasta, e aponta-me ao menos o caminho, se achares que isso me basta. Ou então nunca mais me chames de filho, porque eu já não te quero como meu pai, que dizes ser. E vou procurar o caminho para ir juntar-me à minha mãe, que tu dizes ter-me abandonado.