O meu carro já velhinho
Com o motor já cansado
Já não anda coitadinho
Só vai se for empurrado.
Só a andar se sentia bem
Quando era novo o malvado
Não respeitava ninguém
Nem o sinal encarnado.
Hoje está arruinado
O meu carro coitadinho
Já está todo empenado
Já não acerta caminho.
Perdeu o vício de andar
Só quer descanso o maroto
Já começa a enferrujar
Até o guiador está torto
Cheguei a pensar que chatice
Que tinha um pneu furado
Fui ao mecânico e ele disse
Que é o motor já cansado.
E um motor novo? Ilusão
Não lhe vai adiantar nada
Ponha gasolina de avião
E meta-o na auto-estrada.
Vou seguir o seu conselho
Ainda me vou sentir gente
Se vir o meu carro velho
Andar como antigamente.
Foi apenas um miragem
Só foi bom para a auto-estrada
Que recebeu a portagem.
Perante tal desilusão
Desisto já está cansado
Já não tem ignição
Só anda se for empurrado.
Já só me resta a saudade
De quando ele andava à farta
Na estrada ou na cidade
Depressa chegava à quarta-feira.
Foi reduzindo de tal maneira
Que a quarta já não entrava
Ficava-se pela terceira
E a segunda ás vezes chegava.
E mais tarde só a primeira
Era tudo o que conseguia
E não entrava de qualquer maneira
Era só quando ele queria.
Agora parou de todo
Vai para o museu o coitado
Andou muito quando era novo
Agora está reformado.
Devia ser condecorado
Pelas suas atitudes
Nunca ficou empanado
Nem nos caminhos mais rudes.
E.G.
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