Quinta-feira, 10 de Janeiro de 2008

A SAUDADE

 O MEU CARRO VELHO

O meu carro já velhinho

Com o motor já cansado

Já não anda coitadinho

Só vai se for empurrado.

 

Só a andar se sentia bem

Quando era novo o malvado

Não respeitava ninguém

Nem o sinal encarnado.

 

Hoje está arruinado

O meu carro coitadinho

Já está todo empenado

Já não acerta caminho.

 

Perdeu o vício de andar

Só quer descanso o maroto

Já começa a enferrujar

Até o guiador está torto

 

Cheguei a pensar que chatice

Que tinha um pneu furado

Fui ao mecânico e ele disse

Que é o motor já cansado.

 

E um motor novo? Ilusão

Não lhe vai adiantar nada

Ponha gasolina de avião

 E meta-o na auto-estrada.

 

Vou seguir o seu conselho

Ainda me vou sentir gente

Se vir o meu carro velho

Andar como antigamente.

 

Tentei mas não deu nada

Foi apenas um miragem

Só foi bom para a auto-estrada

Que recebeu a portagem.

 

Perante tal desilusão

Desisto já está cansado

Já não tem ignição

Só anda se for empurrado.

 

Já só me resta a saudade

De quando ele andava à farta

Na estrada ou na cidade

Depressa chegava à quarta-feira.

 

Foi reduzindo de tal maneira

Que a quarta já não entrava

Ficava-se pela terceira

E a segunda ás vezes chegava.

 

E mais tarde só a primeira

Era tudo o que conseguia

E não entrava de qualquer maneira

Era só quando ele queria.

 

Agora parou de todo

Vai para o museu o coitado

Andou muito quando era novo

Agora está reformado.

 

Devia ser condecorado

Pelas suas atitudes

Nunca ficou empanado

Nem nos caminhos mais rudes.

          E.G.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


publicado por Fisga às 19:57
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