Domingo, 26 de Abril de 2009

A CARTA

 

RECADO DE UM PAI. 4ª Paginas de 5
 Nunca sejas vaidoso meu filho, porque a vaidade ridiculariza-nos. Sê sempre orgulhoso (no bom sentido claro) o orgulho mantém-nos o aprumo de homens íntegros. Que nobilíssimo orgulha te preserve sempre de te sentires inferior, aos teus iguais na tua esfera, profissional e social. Se um dia fores inesperadamente catapultado para uma posição profissional ou social superior, Não primatas que a vaidade te corrompa. Toma nota, que os recém-enriquecidos, e os transplantados de fresco de onde foram nados e criados, para canteiros mais eminentes, ressentindo-se da muda, têm tendência a descambar na vaidade. O que nos valoriza não são as lantejoulas do traje, nem os emblemas do espírito; não são as farfalhudas gabarolices nem as ostentações tantas vezes parolinhas. O prestígio derrama-se no espesso e infiltra-se no tempo, Só vale o prestígio conquistado pelo trabalho, e conservado pela honradez. Fruto sazonal e premio tardio que a perseverança concede aos mártires de uma ideia, e de um sentimento. A vaidade é a expressão dos primeiros abalos pela adaptação a novos meios. Sê sempre lutador acérrimo contra esses abalos, fazendo essa adaptação através de uma evolução constante, sólida e programada. A vaidade é uma hipertrofia do nosso (EU) a evidenciar-se em um escaparate de feira ao ar livre, para atrair as atenções de quem passa; é como a charanga da propaganda. Olha meu filho se me conhecestes de perto dirás e com razão que esta não foi exactamente a linha pela qual eu me pautei e essa é a razão que me levou a escrever-te esta carta, que o meu pai na pessoa dos meus antepassados não me escreveu.

publicado por Fisga às 22:00
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Quinta-feira, 23 de Abril de 2009

A CARTA

 

RECADO DE UM PAI 3ª Paginas de 5
Essa é a pedra filosofal imaginária. A bondade consiste também em reconhecer-mos o mal, dele nos arrepender-mos e arrepiarmos caminho, enveredando pelo caminho do bem. Tenho em toda a minha vida feito mais bem do que mal. A minha vida nos seus marcos de maior vulto, só tem sido dirigida pelo amor, pelo sacrifício, pelo desinteresse e pela. Abnegação. São por vezes tão insuportáveis as minhas psicalgias, sozinho por sois distantes, infelizes em horas de isolamento doloroso, e são por vezes tantas as dores físicas em que eu assisto consciente juiz, as fases de um processo patológico que me há de matar, que meu filho, só te desejo que nunca as sintas parecidas. Que o teu deus te dê saúde no corpo e alegria na alma! Que de mim não herdes esta grilheta a arrastar-te com pouco júbilo, muitas desilusões, parcas esperanças e um tanto eguanimidade. Voluntariamente imposta pela reflexão. Sê compreensivo com a pobre humanidade. Entra sempre em linha de conta com as mil determinantes que a levou a ser tão mesquinha, a ignorância e a doença e a doença torno-a má e perversa. Não abuses dos teus dependentes. Podes ser enérgico sem perderes as linhas mestras da boa educação. Vale mais ser convencido á obediência do que a ela ser violentado. Não esqueças os factores morais, os mais internos e esternos do determinante proceder do homem. Perdoa os pequenos agravos; castiga os grandes insultos. A nossa vingança pode ser satisfeita com o amor-próprio; mas é vilania usa-lo contra os fracos. Não nos ofende quem quer, mas apenas aqueles que sendo da nossa raça moral; por isso devemos dar-lhes a oportunidade de connosco terçar armas. O desprezo é quase sempre uma óptima réplica. O silêncio é a melhor resposta aos despropósitos que mais não merecem, assim também o desprezo é a melhor vingança a tirar das vilanias. Sê modesto, meu filho, sempre que te for possível selo a verdadeira e temperada modéstia é criadora de simpatia, é esse o segredo do valor. Foge porém das areias movediças das ridículas e falsas modéstias.

publicado por Fisga às 22:00
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Segunda-feira, 20 de Abril de 2009

A CARTA

 

RECADO DE UM PAI. 2ª de 5 Paginas.

A superioridade não se impõe com grandes, não se pavoneia em grandes frases; é única e tácita mente aceite pelo consenso alheio. Procura mentir o menos que possas. Eu não te digo que expulses absolutamente a mentira da tua boca, Porque há mentiras convencionais, mentiras de bom-tom, espécie de jogos florais com curso forçado ás quais nos temos de subordinar sob pena de sermos considerados inadaptados ao meio. Sem embargo, que as tuas não periguem o proveito ou honra de alguém; ou ao contrário que delas não lhes advenha beneficio ou piedoso conforto. Sê sempre apesar de tudo verdadeiro, porque a verdade é um fio condutor no emaranhado da vida. Pela verdade deve sacrificar os nossos intercedes, o nosso orgulho, e até os recantos esotéricos da nossa afectividade meu ponto de vista a mentira alem de ser uma deselegância e uma traição ao mais nobre dos atributos humanos (o pensamento) é uma arma covarde usada pelos fracos, pelos hipócritas e pelos traidores, sobre tudo sê verdadeiro contigo próprio. Sendo juiz insubornável para os teus actos, sê meu filho temperadamente misericordioso paras com os outros. A bondade não consiste em não praticarmos o mal. O homem é um ser imperfeito. A perfeição é um ideal a alcançar a abstracta aproximação dos limites tangenciais da esfera da divindade, afinadamente rebuscada nas miragens da alquimia dos corações bem formados. 


publicado por Fisga às 22:00
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Sexta-feira, 17 de Abril de 2009

A CARTA

 

RECADO DE UM Pai. 1ª De 5 páginas.
PARA TODOS OS FILHOS, QUE TIVERAM A DESDITA DE NASCER, NUMA ÉPOCA TÃO CONTURBADA ONDE A ÚNICA LEI QUE É VÁLIDA É A LEI DO SALVE-SE QUEM PODER. ONDE POR QUESTÕES DIFERENTES, É AGORA 2009 COMO NA DATA EM QUE ESCREVI ESTA MISSIVA.1960
Meu filho, Sem motivos ponderáveis, não te aprece nas tuas amizades; Sem razões importantes não te determines nas tuas antipatias. As amizades carecem de pedra de toque, como ouro de lei que devem ser. Caminhos de silvados são as antipatias que criamos. Uma amizade sincera, perdurante ao longo da ressaca da nossa vida, moralmente reconfortante ao sentirmo-nos isolados no mar magno das multidões indiferentes, é dom precioso que devemos guardar no coração por toda a nossa vida. Quando te fizerem mal (e não faltarão ocasiões) Observa, meu filho, fleumática e objectivamente, a causa que o motivou. Se foi merecido, ou se foi o reflexo de outro alvo que não tu, aceita-o considera-o tão só mente como a lei da repercussão normal; se porém verificares que te agridem injustamente, contra-ataca vigorosamente, de maneira a ganhares a partida com honrosa vitória. Não esqueças o bem que te tenham feito e sê galhardo no pagamento das dívidas que a tua gratidão contrai. A Ingratidão é uma lepra moral. É um endurecimento do coração que embota a vontade de bem-querer e causa a virtude de fazer bem. Despreza com, fidalguia a zumbidora maledicência dos invejosos. Estes eunucos morais incapazes de vencer na vida pelo esforço próprio, prestam preito ao seu valor ao quererem-te diminuir, para assim avolumarem a sua pouca idade. Impotentes para se elevarem á tua craveira, querem fazer-te baixar á deles. Só não será invejado quem nenhum valor tiver. Guarda-te dos malevolentes e não lhes pagues na mesma moeda. Na malevolência bastantes vezes vaidades feridas. Recorda que a vaidade é um sinal provável de fraqueza e certo de interioridade. Repele com altivez a pressão dos que se julguem superiores.

publicado por Fisga às 22:00
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